domingo

... “Eu sou do tempo da caneta de pena molhada em tinteiro, antes da caneta-tinteiro...”

Esta citação foi retirada de um texto do jornlista Bento Pompeo, na edição de Novembro de 2008 da revista Caros Amigos.
Resolvi fazer um breve comentário sobre o texto que li pois, acredito eu, que seja o que infelizmente esteja acontecendo ultimamente nas redações de alguns jornais do nosso pais, em especial, um daqui de Campinas, mais especificamente o ‘jornal’ JÁ.
Desde já, quero deixar claro que não me refiro aos jornalistas, já que compreendo que como bons profissionais, apenas obedecem a ordens.
Em fim, o jornalista começa o texto falando que iniciou sua carreira no ano de 1960, na redação da antiga Folha da Manhã, hoje Folha de S Paulo. Ele conta, que naquela época os jovens jornalistas, estavam insatisfeitos com os textos que havia sendo publicados.“Tentávamos inovar e procurávamos fazer títulos chamativos” escreve Pompeo.
Ao decorrer do texto, ele relata quais eram os mais criativos para escrever os títulos, entre tantos citados, um me chamou a atenção, tratava-se de um do ano de 1961 do Jornal do Brasil (Rio de Janeiro) considerado por ele, o mais famoso de sua geração.
Um diagramador da época, desafiou um redator a fazer um título com apenas três linhas de três caracteres cada uma, para uma chamada de primeira pagina sobre a notícia de que o ex-presidente Jucelino Kubtscheck havia recusado o convite para ser embaixador na Organização das Nações Unidas. Então, o redator mais que depressa elaborou o seguinte, e como o próprio Renato Pompeo menciona, “imorredouro” título:

JK:
ONU
NÃO

Voltamos então, a falar na inigualável criatividade dos títulos do jornal “Já”.
Alguns exemplos:

“Buzão bate na avenida Johm Boy do Lop”
“Tiasinha dona de boqueta”
“Patricinha do pó”
“A casa caiu”
“Churrascão virou brasa”

E muito mais....

Termino então, com mais uma fala de Renato Pompeo: “Redator naquela época era chamado de Copidesk.Por sinal que copidesque vem do inglês Copy Desk, que quer dizer mesa de edição. Os repórteres, que sempre se irritavam com os cortes e alterações feitos pelos copidesques em seus textos, costumavam declamar a seguinte definição: Copy desk nos Estados Unidos é uma mesa em forma de ferradura. No Brasil, é quem usa. A ferradura?”.
Realmente, fazer títulos ‘era’ uma arte.